
Por Elder Boff*
Os vereadores de oposição ao prefeito Clademar (Dinho) Maraskin, utilizaram a tribuna da Câmara de Santa Helena, durante a sessão ordinária desta segunda (30), sob influência testemunhal do olhar do ex-candidato deles, Paulo Mocellin na plateia, para discursar mencionando a sessão itinerante do TRE nesta quarta-feira (2) em Toledo.
Neste encontro decentralizado, o Tribunal Regional Eleitoral vai julgar na sua condição de segunda instância da Justiça Eleitoral, um processo da Coligação “Honestidade e Desenvolvimento”, que alega que não pode produzir provas do propalado uso das dependências e equipamentos da prefeitura pela coligação vencedora do pleito, quando da inicial (processo no fórum eleitoral local).
Numa segunda tentativa “jus sperniandi”, a oposição dos candidatos Paulo e Solange, utilizou-se de uma fala de um ex-candidato a vereador durante uma entrevista, requentando juridicamente o mesmo tema. Da mesma forma, a Justiça Eleitoral de Santa Helena, julgou improcedente. A oposição recorreu e agora, o processo será julgado pelo TRE nesta sessão itinerante em Toledo, que vai decidir, tão somente, se acata ou não a queixa do cerceamento da busca de provas.

Paulo Mocellin (PP) e Solange Ribeiro (MDB), candidatos a prefeito e vice (Divulgação)
Em hipótese alguma, como estão falando à miúde nos bastidores, haverá julgamento do mandato ou possibilidade de cassação nesta sessão em Toledo. O máximo que pode acontecer e isso é até plausível, de ser anulado o processo e começar tudo de novo, na instância inicial, que é a 129ª Zona Eleitoral de Santa Helena.
E como a gente sabe como funciona a justiça, se caso tiver que começar tudo de novo, com autorização da busca solicitada de provas, oitiva de testemunhas, no âmbito local, seja qual for o resultado, provavelmente uma das partes poderá recorrer novamente ao TRE e dependendo do resultado em Curitiba, ainda há recursos no TSE e assim por diante. Uma demanda custosa e demorada, cujo fim se pode prever.
Nenhum causídico local assina a demanda acusatória da coligação derrotada, que contratou o famoso advogado Guilherme de Salles Gonçalves, de renome nacional, o qual pretendo entrevistar. Tanto ele, como Celso Thaumaturgo que faz a defesa da situação, para auscultar o que cada um acrescenta em razão do, ou dos processos em tela.

Fabricia Bedendo, a vice e Clademar (Dinho) Maraskin, o prefeito em solenidade da posse (C. Oeste)
Dinho Maraskin venceu a eleição com uma diferença histórica de mais de 5.200 votos e mesmo supondo que teria sido utilizado computador de prefeitura para alguma atividade eleitoral, que não aconteceu, ou colhida assinatura em espaço público, nada, em absolutamente nada, mudaria o resultado do pleito, analisou um dos correligionários do prefeito atual. “Nem que a diferença fosse 10 votos, essa hipotética alegação, mudaria a cabeça destes 10”, disse a fonte.
Foi feito perícia nos IPs (Protocolo de Internet que identifica cada dispositivo conectado a uma rede) pela equipe que cuida da informática da prefeitura, numa determinação interna e nenhum registro de atividade anormal, voltado para a política, foi detectado.
Isso tudo, me faz recordar o tempo do falecido Silom Schimidt, alvo de inúmeras tentativas de cassação, todas infrutíferas, que só faziam o saudoso político correr de tribunal em tribunal, se defendendo dos derrotados inconformados com a decisão popular da maioria.
Mais uma vez, os eleitores que acreditaram e votaram na oposição, o que lhes é perfeitamente de direito dentro do aspecto democrático que deve reger um processo eleitoral, estão sendo envolvidos em falsa expectativa, provocada mais por inconformismo do que outra coisa. Isso não é bom para a sociedade como um todo.
*Radialista, articulista e editor do Fonte Extra