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Morre Ibrahim Faiad, líder regional do agronegócio, com propriedade também em Santa Helena

Foto: Cesar Pilatti

Faleceu em Cascavel, aos 87 anos, Ibrahim Faiad, figura marcante do agronegócio e da vida pública do Paraná e do Brasil. Ele estava internado no Hospital São Lucas e teve o falecimento confirmado na noite desta terça-feira (14), por volta de 20h.

O velório será realizado nesta quarta (15) a partir das 6h da manhã no Cemitério Jardins, de Cascavel até às 17h, em seguida acontece a cerimônia de cremação.

Ibrahim tinha uma relação estreita também com Santa Helena, tendo sido proprietário de terras na linha Coroados, distrito de Santa Helena e ainda mantinha uma propriedade no distrito de São Roque, região do IBC.

A psicóloga de Santa Helena, Badia Faiad Venturini, sobrinha adotada como filha, escreveu nas suas redes sociais: “Hoje morre um pedaço de mim. Com o coração partido agradeço a Deus e ao senhor por ter sido o melhor pai, tio e avó para meus filhos. Ficam as boas memórias e um legado de um ser humano incrível e abençoado. Te amamos para sempre. Que Deus te abençoe com muita luz.”

Trajetória de Ibrahim Faiad

Filho de imigrantes libaneses e natural de Wenceslau Braz, Faiad construiu uma trajetória exemplar no setor financeiro e no campo. Iniciou a carreira aos 15 anos no Banco Bamerindus, onde trabalhou por 32 anos. Após a aposentadoria, em 1985, mudou-se para a Fazenda Iguaçu, em Céu Azul, e passou a se dedicar à agropecuária, tornando-se gestor da Star Milk, referência em produção de leite de qualidade.

Sua liderança também marcou instituições importantes. Faiad foi presidente da Coopavel e atuou como conselheiro da SRO (Sociedade Rural do Oeste do Paraná) e da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná).

Na vida pública, teve passagem por Brasília, onde foi Secretário Nacional de Política Agrícola durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e chefe de gabinete do ex-governador Jaime Lerner.

Respeitado por sua visão empreendedora e espírito conciliador, Ibrahim Faiad deixa um legado de trabalho, integridade e contribuição ao desenvolvimento do Paraná.

(Divulgação)


Biografia

Parte de sua história, foi retratada na biografia “Ibrahim Faiad – Um homem, vários legados”, escrita pela jornalista Rejane Martins Pires e editada com o Selo Aldeia. O livro narra a trajetória de Ibrahim Faiad, desde o seu nascimento, sua trajetória de 32 anos no Bamerindus, sua passagem pela Coopavel e suas incursões na política até tempo mais recente na Fazenda Iguaçu, em Céu Azul, seu remanço sagrado. 

Viajar em sua história, segundo a jornalista, é percorrer caminhos árduos e serenos, mas é, sobretudo, conhecer o melhor do ser humano.

“Ibrahim é uma dádiva. Carregando o menino que foi dentro de si, semeou amor por onde passou. E semeou verdade também. Ao contrário de muitos homens, soube florir e nunca perdeu a confiança dos pássaros. Em sua florescência inspirou e inspira gerações. Reconciliado com o tempo, sabe decifrar a melodia de cada estação”, afirma Rejane.

Descendente de libaneses, fez história por onde passou. “É um homem que soube celebrar a vida sem se deslumbrar pela vaidade, que ensina com humildade, que inspira pelo exemplo e, assim, vive a bem-aventurança dos nobres de espírito”.

A obra traz um pouco da sua história, das suas convicções, das suas fragilidades, da sua essência, dos infortúnios da vida e da sua brilhante carreira, fundada na empatia e no entendimento comum. 


 

Escrita pela jornalista Rejane Martins Pires, a narrativa biográfica foi produzida a partir da maneira pessoal de Ibrahim contar histórias… (Reprodução)

Alguns trechos do livro:


“O desfecho do Bamerindus foi muito triste. É como perder um filho. Um banco daquela envergadura, com mais de 2,6 milhões de correntistas e 1.363 agências bancárias em todo o país entrar em colapso é quase que inacreditável. Uma iniciativa louvável do Sr. Avelino foi criar a Fundação já pensando em nosso futuro. Sou aposentado pela fundação”.


“Na minha vida de bancário por mais de 30 anos eu vi mais de 50 instituições desaparecerem. Umas incorporadas, outras com intervenção do Banco Central, outras vendidas”.


“Digo que não tinha vocação para banco porque eu acho que, quando a pessoa tem vocação pra coisa, ela se aperfeiçoa. Eu era cumpridor de missão, talvez cumpria bem, mas na verdade fazia aquilo porque tinha dever de fazer. Devia fazer bem feito porque senão não teria acontecido tanta coisa na minha carreira”.


“A carreira bancária é espinhosa, é difícil. Foi uma luta grande, muitas conquistas, mas também muito sofrimento. Eu gostava de ver as realizações, mas sofria com algumas coisas. Eu achava que o banco tinha que ser forte, mas não da maneira desproporcional que era. Até hoje penso a mesma coisa. Na época, talvez eu não me indignava tanto porque eu fazia parte do sistema”.


“Um dos motivos que eu me aposentei era poder viver minha vida, ser eu mesmo, sorrir quando dá vontade, chorar quando dá vontade, não fazer a vontade dos outros. E o banco era isso, ter que sempre trabalhar com a cabeça voltada para os problemas, para as dificuldades, rasteiras… sempre tem alguém querendo subir”.


“Se me perguntarem se tenho alguma decepção? Não. Tristeza só. Uma coisa que me abalou muito foi essa tragédia que se abateu sobre o banco, sobre os seus dirigentes. Aquele acidente de avião ceifou não só a história de um banco com 40 mil empregos (aí se vão 200 mil pessoas envolvidas), mas a história do Paraná. Fazendo um paralelo, o Bamerindus foi o nosso Titanic. Afundou.
Hoje eu falo isso por caridade, porque o acidente ceifou a vida das pessoas que dariam continuidade. Por sorte, assisti ao fim de longe. Já estava fora há dez anos”.


“Convivi bastante com seo Avelino. Foi meu chefe durante muito tempo. Tinha um carinho muito grande por ele. Foi o que me segurou no Bamerindus, senão teria debandado antes. Poucos sabem, mas o Bamerindus foi o primeiro banco privado a se instalar no Oeste e Sudoeste do Paraná. Havia Banco do Brasil e Banestado. Mas banco privado nenhum”.



Fonte Extra com Jornal O Paraná e Revista Aldeia

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