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Quando a Justiça perde a aparência de imparcialidade, a democracia inteira entra em risco

Alexandre de Moraes faz gesto obsceno durante jogo entre Corinthians e Palmeiras pela Copa do Brasil Foto: Alex Silva/Estadão

Por André Becker*

Dois pesos, duas medidas não sustentam uma democracia.

Um comentário do jornalista octogenário Alexandre Garcia, do alto de seus 85 anos, escancara o que muitos brasileiros já percebem: Lula e Bolsonaro recebem tratamentos claramente distintos da Justiça. Julgamentos, prisões, manifestações e até nomeações ao Supremo seguem lógicas que, aos olhos da população, parecem cada vez menos técnicas e mais políticas.
O devido processo legal não pode ser flexível conforme o réu. Justiça seletiva não é justiça — é combustível para a crise institucional. Quando decisões passam a carregar sinais de pré-julgamento e espetacularização, o Estado de Direito entra em estado de alerta.

Nesta semana, outro fato grave acendeu preocupações: notícias envolvendo o ex-presidente Bolsonaro relatam alucinações atribuídas a possíveis interações medicamentosas, levantando questionamentos sobre sua condição de saúde. Diante disso, surgiram alertas quanto à sua alimentação e aos cuidados básicos, levando-o, inclusive, a restringir sua dieta a alimentos fornecidos exclusivamente por familiares, como medida de precaução.
Somou-se a isso, neste fim de semana, a declaração pública de seu filho, Carlos Bolsonaro, sobre o suposto “sumiço” de seu pai sob proteção da Polícia Federal, fato que aumentou ainda mais a apreensão e a perplexidade de parte da população diante do cenário.
Não se trata de criar suspeitas ou acusações, mas de afirmar um princípio elementar: o Estado é integralmente responsável pela integridade física, mental e pela garantia de direitos de qualquer pessoa sob sua custódia ou tutela direta. Isso não é defesa de indivíduo, é defesa da Constituição.
O que mais preocupa é que uma parcela expressiva da população brasileira demonstra inquietação real com esses fatos, a ponto de já se falar em manifestações e mobilizações.

Elegemos centenas de representantes — deputados, senadores, líderes partidários — e os remuneramos justamente para fiscalizar, agir e proteger as instituições. No entanto, o que se vê é inércia, omissão e um silêncio ensurdecedor.
Esse vazio de ação política alimenta um sentimento coletivo de impotência, frustração e, por vezes, revolta. Para muitos brasileiros, cresce a percepção de que as decisões parecem concentradas em poucas mãos, enquanto os demais poderes e representantes se mostram amedrontados ou inertes.
O Brasil precisa decidir se aceitará passivamente esse roteiro ou se exigirá equilíbrio, legalidade e imparcialidade real.
Ou a lei vale para todos, ou não vale para ninguém.
O povo precisa se posicionar. O silêncio também é escolha.



* Professor, bacharel em administração de empresas pela Unioeste e pós-graduado em gestão pública. Servidor público aposentado, foi dirigente sindical e líder comunitário atuando em pastorais. Atualmente é prestador de serviços na área da construção civil, como sócio-proprietário da Tecnobrocas.





Fonte Extra

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