Por André Becker*
A CPMI que investiga abusos contra os vencimentos dos aposentados tenta avançar, mas encontra barreiras políticas e judiciais. A instância superior da justiça impede convocações-chave, enquanto a base do Partido dos Trabalhadores atua para travar a comissão — um gesto que põe em dúvida a disposição de “cortar na própria carne”.
Em países sérios, autoridades suspeitas se afastam dos cargos para permitir investigações transparentes. Aqui, preferem se esconder atrás de brechas legais e do aparato institucional que deveria servir à população (ao mesmo tempo em que procuram culpados em governos anteriores).
O Supremo Tribunal Federal já fechou a porta para pedidos de indenização aos aposentados lesados. E, como sempre, a conta recai sobre quem mais paga: o cidadão.
A independência entre os poderes, que deveria ser pilar da democracia, tem sido atropelada por conveniências políticas. Diante disso, fica a pergunta: até quando a sociedade aceitará calada?
O Brasil já mostrou, em momentos decisivos — como nas Diretas Já e no Fora Collor — que o povo tem voz quando decide levantar-se. Se continuarmos sentados no prego, reclamar de dor não muda nada. Democracia também se defende de pé.

* Professor, bacharel em administração de empresas pela Unioeste e pós-graduado em gestão pública. Servidor público aposentado, foi dirigente sindical e líder comunitário atuando em pastorais. Atualmente é prestador de serviços na área da construção civil, como sócio- proprietário da Tecnobrocas.
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