Por Elder Boff*
Ontem (quarta dia7 de maio) foi o primeiro dia de fumaça. Você parou pra imaginar que, com toda tecnologia de comunicação na atualidade, estamos diante de uma chaminé, esperando pra saber de algo? No caso, alguma coisa muito importante, a definição pelo novo Papa. E no primeiro dia, ainda cheio de suspense com quase duas horas de atraso em relação à perspectiva anunciada…
( Vetor de ThodorisTibilis)
E veio, como se esperava, preta!
Mas, o tema a que me refiro neste segundo e que pode ser definitivo dia da escolha, falemos de um brasileiro que apareceu razoavelmente nas citações como papabile. Digo isso porque os últimos dois papas, foram escolhidos, justamente no segundo dia do Conclave.
Levemos em consideração que há uma distância muito grande entre a lista de principais candidatos e a realidade que possa se apresentar. O mais falado é o italiano Pietro Parolin, mas uma coisa, tenho notado, pesa digamos, contra o nome dele. Não é da ação pastoral, praticamente nunca dirigiu uma diocese e este perfil foi citado por vários cardeais (de ser homem do povo).
Mesmo assim, Pietro Parolin é considerado um forte candidato ao cargo máximo da Igreja Católica porque possui um posicionamento semelhante ao de Francisco, e se chegar ao Trono de São Pedro, por certo daria continuidade às reformas propostas pelo argentino.
Leonardo Steiner (Reprodução)
Quem é Leonardo Ulrich Steiner?
Ele foi o primeiro cardeal da Amazônia! Fala além do português, espanhol, italiano e inglês, tem um conhecimento básico em latim. Também arranha o alemão e francês.
Seria Leonardo Ulrich Steiner, um catarinense de Forquilhinha, uma zebra como foi o Papa Francisco?
Nascido 1950, fez os votos como membro da Ordem dos Frades Menores em 2 de agosto de 1976 e foi ordenado sacerdote em 21 de janeiro de 1978 por seu primo, o Cardeal D. Paulo Evaristo Arns, que também nasceu em Forquilhinha em14 de setembro de 1921, tendo falecido em 14 de dezembro de 2016 em São Paulo.
Outros dois catarinenses
Dom João Braz de Aviz é cardeal desde 2012 e já concorreu em conclave. (Foto: Reprodução Diocese de Apucarana)
Natural de Mafra, João Braz de Aviz é outro cardeal que vota e pode ser votado no Conclave. Dom João Braz de Aviz é o cardeal emérito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano.
Ele foi prefeito deste Dicastério entre 2011 e 2025, e agora é cardeal presbítero.
Dom Jaime Spengler, cardeal desde 2024, nomeado pelo Papa Francisco. (Reprodução Canção Nova)
Ainda, tem o Dom Jaime Spengler, que é arcebispo de Porto Alegre e cardeal, está atualmente em Roma. Ele foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco e, como tal, faz parte do clero de Roma e é considerado um ministro de estado, representando a Santa Sé. Ele também tomou posse de sua igreja titular em Roma, a Igreja de São Gregório Magno na Magliana Nova.
Voltando sobre o papável brasileiro…
De 1995 a 2003, Leonardo Ulrich Steiner foi professor de Filosofia e secretário da Faculdade Antonianum em Roma. Retornando ao Brasil em 2003, foi pároco assistente da Paróquia Bom Jesus, na Arquidiocese de Curitiba.
Em 2 de fevereiro de 2005, o Papa João Paulo II o nomeou bispo prelado de São Félix. Em 21 de setembro de 2011, o Papa Bento XVI o nomeou bispo titular de Tisiduo e bispo auxiliar de Brasília. De maio de 2011 a maio de 2019 foi Secretário Geral da Conferência Episcopal do Brasil.
Em 27 de novembro de 2019, o Papa Francisco o nomeou arcebispo de Manaus. Ele foi empossado lá em 31 de janeiro de 2020. Em abril de 2022, Steiner foi nomeado presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia. Ele também é vice-presidente da Conferência Eclesial da Região Amazônica (CEAMA).
Em 27 de agosto de 2022, o Papa Francisco o nomeou cardeal sacerdote, atribuindo-lhe o título de San Leonardo de Porto Maurizio ad Acilia (São Leonardo).
Steiner é considerado por algumas fontes como papável, embora ele não esteja na maioria das listas de papabili do Conclave Papal de 2025. Lembrando mais uma vez, Mario Bergoglio também não estava, há 12 anos!
*Elder Boff é articulista, repórter e redator, atualmente dirige o jornal Fonte Extra
