Por Elder Boff*
Vi uma declaração do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas sobre a perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Disse ele, com outras palavras, que é um absurdo o que estão fazendo com ele. Nítida perseguição política, sem provas e uma fantasiosa denúncia de golpe, de atentado à democracia, que nunca aconteceram…
Isso me faz remeter a fatos concretos que ocasionaram a prisão do atual presidente Lula. E Santa Helena, por incrível que possa parecer, aqui num pedacinho do Brasil, uma das provas que foram primordiais para os processos contra o então ex-presidente.
O início destes processos que acabaram culminando com a prisão do atual presidente Luís Inácio Lula da Silva se deu com a história do famoso Sítio de Atibaia, aquele que ele dizia ser de um “amigo”.
Os processos contra Lula foram, mais tarde, anulados pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), por causa do CEP. Isso mesmo, porque o endereço da origem de tudo, não poderia ter sido em Curitiba, mas sim em Brasília…. Daí, liberam-no para ser o candidato novamente…
E Santa Helena gerou uma prova contra Lula, que faz parte do processo e que foi divulgada por uma das mais famosas publicações brasileiras na época, a Revista Veja.
Uma matéria na coluna Radar dava a seguinte manchete:
No apartamento de Lula, documentos sobre pavões para o sítio de Atibaia
O teor da matéria dizia que entre os documentos relativos ao sítio de Atibaia encontrados na busca e apreensão no apartamento do então ex-presidente em São Bernardo estavam notas fiscais de compra de vidros e madeiras, equipamentos de manutenção (como aparadores de cercas vivas), depósitos para fornecedores, plantas da reforma e até documentos sanitários e de compra e transporte de sete pavões.
Há um atestado sanitário (GTA) para emissão de guia de transporte de aves exóticas, mostrando que os sete pavões foram examinados e estavam em boas condições.
Provas encontradas pela PF no apartamento de Lula (reprodução VEJA)
Este documento é datado de 2012, as guias de transporte das aves pela TAM e até uma sexagem para atestar quais eram machos e quais eram fêmeas por um laboratório genético.
Os pavões foram adquiridos do Sítio Boico em Santa Terezinha, distrito de São Roque, município de Santa Helena.
O proprietário do Sítio Boico, contou ao repórter Elder Boff de Santa Helena, um tempo depois de eclodirem as notícias sobre o “sítio de Lula”, que um carro da Itaipu Binacional, que estava sob o comando do “companheiro” Jorge Miguel Samek, foi o veículo utilizado para levar os pavões até o aeroporto de Foz do Iguaçu, para depois seguir viagem a São Paulo.
*Radialista, articulista e editor do Fonte Extra
(Com base e reprodução de reportagens de Robson Bonin e Vera Magalhães na coluna Radar da Revista Veja atualizada em junho de 2020, publicadas originalmente em abril de 2016″.
