Por Elder Boff*
A Secretaria das Cidades liberou na sexta-feira (17), em Toledo, com o devido registro do ato em pompa e circunstância, R$ 333,4 milhões em recursos para obras urbanas para os municípios do Oeste do Paraná.
Santa Helena “pegou um cheque” de 4 milhões, cerca de 1,2% desta leva. Quem ficou com o maior montante foi Toledo com 30 milhões, o mesmo valor destinado a Assis Chateaubriand, Cascavel e Foz.
Santa Helena e outros municípios menores aqui da beira lago, não tem representatividade política na Assembleia Legislativa. O mais votado do município, virou prefeito, aliás, de Assis.
Assis, do tamanho de Santa Helena, ou pouca coisa a mais, (37 mil hab) vai receber quase 10 vezes mais, afinal de contas, o prefeito de lá, Marcel Micheletto é íntimo do governo e não deixa escapar esta condição para beneficiar a sua aldeia.
Outra grande influência do político chateaubriandense é por ser presidente da AMP, Associação dos Municípios do Paraná.
Os recursos vão chegar a 50 municípios. São obras de pavimentação de vias urbanas, dentro do Asfalto Novo, Vida Nova, aquisição de equipamentos rodoviários e outros investimentos.

Foto: reprodução/RRSS
Dinheiro e política
Com a faca e o queijo na mão, os políticos de plantão, já de olho em 2026, quase não cabem na fotografia oficial da entrega dos recursos, precisando se acotovelar na frente dos prefeitos. Junto com cada cheque, vem o contrato invisível do apoio político.
“São recursos para pavimentação asfáltica, iluminação de LED, novas praças, campinhos, enfim, muita coisa boa para as cidades do Oeste. Temos o compromisso do governador Ratinho Júnior de realizar e transformar, de verdade, o dia a dia da população. A gente sabe que um asfalto novo, uma creche nova, uma escola nova, isso faz muita diferença no dia a dia do cidadão”, disse o secretário das Cidades, Guto Silva, que pode ser o ungido do governador Ratinho Junior para a disputa ao Palácio Iguaçu no ano que vem.
Veja quanto cada município recebeu em mais um mutirão de distribuição de grana:
Receberam autorizações os municípios de Assis Chateaubriand, Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo (R$ 30 milhões cada); Guaíra (R$ 9,5 milhões); Medianeira (R$ 9 milhões); Palotina (R$ 8 milhões); Boa Vista da Aparecida, Corbélia e Marechal Cândido Rondon (R$ 7,5 milhões); Guaraniaçu (R$ 6,5 milhões); São Pedro do Iguaçu e Serranópolis do Iguaçu (R$ 6 milhões); Braganey, Maripá, Matelândia, Pato Bragado e São Miguel do Iguaçu (R$ 5 milhões); Jesuítas, Lindoeste, Mercedes, Missal, Quatro Pontes, Santa Tereza do Oeste, Terra Roxa e Três Barras do Paraná (R$ 4,5 milhões); Capitão Leônidas Marques, Catanduvas, Formosa do Oeste, Ibema, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Ramilândia, Santa Helena, Tupãssi e Vera Cruz do Oeste (R$ 4 milhões); Céu Azul (R$ 3,7 milhões); Anahy, Cafelândia, Campo Bonito, Diamante do Oeste, Diamante do Sul e São José das Palmeiras (R$ 3,5 milhões); Entre Rios do Oeste (R$ 3,25 milhões); Iguatu, Iracema do Oeste, Itaipulândia, Nova Aurora e Santa Lúcia (R$ 3 milhões); e Santa Terezinha de Itaipu (R$ 2 milhões).
Nesta fase, além de Santa Helena, também Itaipulândia tem valor pequeno, comparado a seus orçamentos
Itaipulândia, com sua diminuta população de 12 mil habitantes, tem um orçamento de aproximadamente 200 milhões. Santa Helena com 26 mil habitantes, 400 milhões, enquanto que São Miguel do Iguaçu, com 30 mil habitantes, tem um orçamento anual de 138 milhões.
Percebe-se, que por habitante, Santa Helena e Itaipulândia tem mais ou menos 16 mil reais de orçamento, mais ou menos três vezes mais que São Miguel do Iguaçu, 4.600 reais per capita.
Os recursos que Santa Helena e Itaipulândia consigam de outras instâncias governamentais, são salutares, mas se a administração do dinheiro próprio, recheado com royalties, for bem feitinha, praticamente não precisaria disso e sobrariam mais recursos para municípios menos favorecidos, como São José, Diamante e Ramilândia…

*Radialista, articulista e editor do Fonte Extra
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