Edit Template

Torre de Babel e o Dia do Jornalista

Imagem criada com o aplicativo DALL-E/ Atricon

Por Elder Boff

Apesar de ter estudado dois períodos na faculdade de jornalismo numa das maiores instituições de ensino no Brasil, a Unisinos de São Leopoldo no Rio Grande do Sul, região metropolitana de Porto Alegre, não concluí a graduação. Por isso, sempre refutei me chamarem de jornalista, pois no papel, não sou.

Sou radialista de vocação e profissão, redator jornalístico e comercial (publicidade e marketing), articulista, e, no ensino superior, me formei em Comércio Exterior, mas nunca trabalhei nisso. Na verdade, não sei nem fazer compras no Paraguai.

Tem bastante gente, principalmente nos dias atuais, que se intitula jornalista, se autodenomina como tal. Bastou ter acesso (e hoje é fácil) a uma mídia social, já vira um William Bonner.

Por sinal, veja só, Bonner é um dos casos mais emblemáticos de jornalistas de sucesso sem formação.

Apresentador do Jornal Nacional há mais de duas décadas, embora seja um dos jornalistas mais conhecidos do país, sua formação é em Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda pela Universidade de São Paulo (USP) e não especificamente, jornalismo.

Há pseudojornalistas com conteúdo que se assemelham a notícias ou mesmo aqueles com aparência de amadorismo, que se apresentam como se estivessem interessados em denunciar irregularidades.

Às vezes querem dar a tônica da própria verdade, sem nenhum compromisso ético, seja no conteúdo, seja na forma como apresentam-na.

Hoje, há uma clara disputa pela atenção da sociedade e isso tem sido um dos maiores desafios da categoria que trabalha profissionalmente com a informação e é claro, dos veículos estabelecidos. Esse é um debate que se impõe em datas como o Dia do Jornalista, celebrado nesta segunda, 7 de abril.

Com o advento das mídias sociais (ótimo isso), criou-se uma plêiade de “jornalistas”. Todo mundo virou repórter. Uns explicitam o seu dia a dia, outros falam da vida alheia, brigam nas redes por política, religião e outros temas polêmicos. Há os honestos e bem intencionados, claro!

Na verdade, estamos vivendo hoje uma grande “Torre de Babel” e cada um fala sua língua para quem quiser entender. Muitos não se entendem. Ou, não conseguem se fazer entender.

Uma pesquisa recente realizada no ano passado pela iStock revelou que 82% das pessoas não confiam completamente no conteúdo encontrado em redes sociais.

Uma pesquisa “Como o Brasileiro se Informa?”, da Fundamento Análises, com apoio da Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e do Instituto Palavra Aberta, publicada pelo Valor Econômico também em 2024, buscou desvendar quais são os meios mais confiáveis para os brasileiros.

O destaque vai para jornais, revistas, rádios e televisão – os principais meios de informação para 29%. Já os portais de notícias ficam com 24% das respostas.

Players da Internet têm crescido em desconfiança, conforme aponta o Valor. De acordo com a pesquisa, 59% não confiam em redes sociais e 56% em lideranças religiosas. Na sequência, aparecem personalidades e celebridades (50%), políticos e porta-vozes de partidos (46%) e empresários e porta-vozes de companhias (40%).

Como disse o Conselheiro do Tribunal de Contas de Pernambuco, Valdecir Pascoal: “Enfim, conhecer o cidadão, trazê-lo para perto da verdade fornecendo informações claras e transparentes, é compromisso republicano e democrático. É o oposto de babel. E como sabiamente observou Da Vinci: “A simplicidade é o último grau de sofisticação”. Simples assim”!

Fonte Extra, com inf. Meio e Mensagem/Agência Brasil

Notícias Relacionadas

  • All Post
  • Saúde e Bem-Estar
Edit Template
© 2024 Todos os Direitos Reservados a FONTE EXTRA
Desenvolvido com o por VRCLIC – Soluções Digitais 

Pressione ESC para sair

Temos um número de máximo de 30 caracteres para cada busca.