A fazenda pertencia ao suposto narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, vulgo Cabeza Branca, cujo propriedade foi confiscada após sua captura no Brasil em 2017.
O ministro do Interior, Enrique Riera, anunciou na noite desta sexta-feira (5) que estava a caminho do departamento (estado) de San Pedro, onde ocorreu um confronto entre “carperos” (camponeses sem-terra) e policiais, no contexto de uma disputa de terras.
A fazenda Lusipar, onde ocorreu um confronto entre agricultores e a Polícia Nacional, está sendo reivindicada por organizações camponesas que buscam a transferência de 11 mil hectares como parte da reforma agrária. O ministro do Interior, Enrique Riera, defende a ação policial e confirma que as mulheres e crianças foram evacuadas da área por helicóptero.
O Estado não pode transferir a propriedade devido à disputa judicial entre o herdeiro Eduardo Moleriño e o suposto narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, vulgo Cabeza Branca, cujo rancho foi confiscado após sua captura no Brasil em 2017. Segundo fontes, Cabeza seria uma espécie de testa de ferro de Beira-Mar.

Cabeça Branca era o dono da fazendo onde aconteceu o convite. Ele está preso desde 2017 e tem condenações que somam mais de 50 anos. Foto : Polícia Federal / Divulgação / CP
O confronto ocorreu na área de Tacuatí, departamento de San Pedro, na fazenda Lusipar, onde a Polícia Nacional mobilizou 700 agentes e impediu a entrada de grupos camponeses que tentavam ocupar o local.
Houve confrontos, uso de armas não letais, 42 prisões e veículos apreendidos, de acordo com relatos.
Por sua vez, Riera afirmou que as mulheres e as crianças foram usadas pelo líder camponês Elvio Benítez para arrombar o portão da fazenda e que um sistema de gás lacrimogêneo e balas de borracha foi usado para dispersar os camponeses, ” não usamos armas letais “.
“O ataque foi contido com sucesso e o Ministério Público está preparando o processo contra os detidos”, disse ele.
Ele também disse que têm informações de que um grupo permanece escondido nas montanhas e que outro confronto poderá ocorrer amanhã, sábado.
“Este terreno está atualmente arrendado; um dos arrendamentos pertence à família Peronni, que gere uma escola modelo para indígenas e os filhos dos seus funcionários. Menciono isto para dissipar a ideia de que estamos a proteger os bens de narcotraficantes, porque esta é uma propriedade privada gerida pela Senabico (Secretaria Nacional para a Administração de Bens Apreendidos e Confiscados)”, explicou.
Ele acrescentou que a ocupação não é um direito de reivindicar posteriormente a propriedade da terra. Isso é uma grande farsa por parte de um líder que usa muitos camponeses como bucha de canhão.
Riera relatou a cronologia dos eventos ocorridos e indicou que havia 18 grupos sub-regionais comprometidos com a mobilização e que conseguiram “fazer com que 15 líderes recobrassem o juízo”.
Três grupos, considerados violentos, permaneceram acampados a quatro quilômetros de Lusipar. “Tentamos persuadi-los novamente, mas foi em vão.”
“De repente, um pequeno grupo violento, usando mulheres e crianças como escudos humanos, invadiu o portão. Eles se aproveitaram da situação para apreender veículos e armas de todos os tipos e, no meio da confusão, um sargento foi baleado. Este é o relato”, afirmou ele.
Fonte Extra com inf. ABC e vt C9N






