A reunião do Conselho de Ética da Câmara de Marechal Cândido Rondon, realizada na segunda-feira (4), não foi apenas marcada pela apresentação do relatório de 23 páginas do relator Marcos Spohr (PL), que recomendou 30 dias de suspensão do mandato da vereadora Tania Aparecida Maion (Republicanos), mas também pela firme manifestação da defesa, que apontou perseguição política como pano de fundo de todo o processo.
Alexandre Gregório da Silva, do escritório Katarinhuk Advogados Associados, foi direto ao afirmar que a denúncia não se refere à visita da vereadora à Casa Lar, como sustentado no relatório, mas sim ao que ela disse na tribuna da Câmara, poucos dias depois, o que teria incomodado a primeira-dama Andria Backes que é secretária de Assistência Social.
O advogado citou até o ministro do STF, Alexandre de Moraes, ao afirmar que o caso configura abuso de poder e tentativa de silenciar um mandato legítimo.
“A vereadora tem imunidade parlamentar na tribuna. O que está em julgamento não é o que ela fez, mas o que ela disse. E isso é gravíssimo num Estado Democrático”, afirmou.
Tania também falou, demonstrando “surpresa e indignação” com o parecer do relator. Disse que em nenhum momento infringiu regras da Casa Lar e que apenas cumpria seu papel como vereadora.

Tania Maion durante pronunciamento na sessão de segunda (4) (Reprodução Instagram)
Pedido de “gancho” pode ir a plenário
Apesar do apelo da defesa, o voto de Spohr foi acompanhado pelos dois outros membros da comissão: Gordinho do Suco (PP) e o presidente do Conselho, Coronel Welyngton (União Brasil).
Outros parlamentares também acompanharam a sessão, entre eles Verde (União Brasil), Iloir Padeiro (PL) e Suko (Republicanos). Este último chegou a se manifestar em defesa de Tania.
Com isso, a matéria agora segue para a Comissão de Justiça e Redação que vai analisar se a matéria tramitou regularmente e, depois, será encaminhada à presidência da Casa para eventual votação em plenário. Para confirmar a suspensão serão necessários 7 votos.
Diante do que aparentemente deixa transparecer todo o processo até aqui, dificilmente haverá cassação da vereadora Tania Maion que pode, no máximo, pegar um pequeno “gancho”.
Leia também
Defesa de vereadora rondonense pede improcedência de representação feita na câmara
Fonte Extra com inf. Blog do Jadir